Sobre o novo Decreto-Lei dos Serviços de Psicologia
No passado dia 10 de abril, foi publicado o tão aguardado documento legal que deveria visar as reivindicações de anos por melhoria das condições de trabalho das/os Psicólogas/os Escolares da rede pública, nomeadamente fim da precariedade, acesso a uma carreira digna e justa, rácio adequado às reais necessidades dos contextos educativos, possibilidade de mobilidade efetiva.
De facto, a Lei n.º 54/2025 (que “aprova uma rede de serviços de psicologia nas escolas públicas e instituições de ensino superior e uma linha telefónica de apoio no ensino superior e altera o Decreto-Lei n.º 190/91, de 17 de maio”), logo no seu artigo 1º, garante “o cumprimento do rácio de 1 psicólogo para 500 alunos” e até prevê uma diminuição desse rácio em circunstâncias específicas: “É permitido aos estabelecimentos públicos de ensino o reforço do número de psicólogos, atendendo ao número de alunos apoiados com medidas de suporte à aprendizagem, à inclusão ou outros critérios pedagógicos julgados pertinentes e às especificidades geográficas de cada agrupamento de escola, nos termos de regulamentação específica.”. Outro aspeto do qual o SNP se congratula é a manutenção do Decreto-Lei n.º 190/91, de 17 de maio, como pilar da organização dos Serviços e Psicologia e Orientação, não obstante a continuidade da necessidade de atualizações ao mesmo, pois as alterações elencadas na nova Lei n.º 54 são insuficientes.
Quanto aos restantes artigos, começam os mistérios. O SNP e as/os trabalhadoras/es por ele representadas/os exigem esclarecimentos:
- Tal como o número da lei
indica, está o MECI consciente da diversidade de mecanismos de contratação de
Psicólogos/as nas escolas públicas (efetivos, contratados, tempo integral, meio
tempo, dois meios tempos, etc.)?
Tal como tem vindo a demonstrar junto do MECI, o SNP, enquanto a mais antiga instituição que representa as/os Psicólogas/os em Portugal, quer integrar o processo negocial para a criação da carreira de psicólogo/a e discutir as respostas às perguntas acima elencadas, garantindo assim que as diversas situações são consideradas e que a justiça prevalecerá.
A luta há muito iniciada,
poderá ter frutos em breve, porém os/as trabalhadores/as não podem baixar os
braços e a união é o caminho, pelo que o SNP renova o incentivo à participação
organizada, de todos/as os/as Psicólogos/as Escolares, sem exceção, enquanto
coletivo. Para dar força à voz das/os Psicólogas/os, à nossa voz, o SNP apela à
sindicalização e participação ativa de cada um/uma na luta por uma Escola
Pública inclusiva e de qualidade, por condições de trabalho justas para
todos/as.
Deixamos também o link para um formulário de recolha de dúvidas entre todos os trabalhadores: Formulário
Saudações Sindicais
A Luta continua!
A Direção do SNP